A tecnologia está na vida das crianças.Não temos mais como negar essa realidade. Foi a internet que revelou o grande potencial da tecnologia para a educação porque ampliou o conhecimento para além de quatro paredes, em casa ou na escola. A educação hoje está no mundo, em rede. Tudo ao alcance dos dedinhos curiosos e destemidos dos pequenos, que parecem já nascer configurados para resolver qualquer coisa com um simples toque de botão ou comando. Maravilhas da nossa sociedade? Para alguns, sim, mas para outros, motivo de constante preocupação. Refiro-me aos pais. E essa preocupação procede.
Vale lembrar que, quanto menores nossos filhos, mais fácil controlar o que eles acessam na internet ou assistem na TV. Esse poder dos pais deve ser exercido com firmeza. Quero dizer que não é proibido proibir. Um não, mesmo quando bem explicado, pode até ser questionado pela criança, mas continua sendo um não. Sem negociação, porque cabe ao adulto elencar o que é de conteúdo próprio para ser visto. Quando isso não for mais possível, a tarefa dos pais muda. É o momento de dialogar sobre o que está sendo visitado pelos filhos. Sozinhos, eles não dão conta de elaborar os mais diversos conteúdos e informações que armazenam diariamente. É função dos pais organizar e guiar o pensamento dos filhos para que estejam efetivamente aprendendo com a tecnologia. E não devemos esquecer que limitar as horas que a criança passa conectada nunca está fora de questão.
A tecnologia, em especial o computador, resgata o papel real da educação que é fazer pensar sobre coisas que estão no mundo
Na escola, da mesma forma, é dever do professor orientar a construção do saber. Hoje blogs, pesquisas em sites, vídeos do Youtube, fóruns on-line, desenhos animados, tudo pode virar ferramenta pedagógica. O professor passa a ser autor e o aluno transforma-se em produtor de conhecimento. Essa é a principal mudança na educação atual. Pais e professores, portanto têm hoje como foco, promover a capacidade de aprender a novidade que está chegando e não mais apenas ensinar o conhecimento já sabido. A educação está para além do conteúdo. Refere-se a despertar na criança a capacidade e o desejo de buscar o conhecimento. E, para isso, a tecnologia serve perfeitamente. O perigo é não saber usá-la de modo correto: com criatividade e num ambiente de investigação. Ou seja, usando a tecnologia disponível como aliada e não com rival, é possível criar um novo perfil de educador, esteja ele representado pela figura dos pais ou dos professores. Um novo educador que nunca perderá seu lugar de mestre, pois é preciso que haja sua intervenção para que o saber se constitua.
A grande vantagem da tecnologia como ferramenta de aprendizagem é gerar crianças e jovens mais independentes, porque não dependem tanto do adulto para apropriarem-se de um assunto. A partir daí, dialogam sobre as informações adquiridas e propõem alternativas. Com a tecnologia, é a pergunta que move o saber e não a resposta pronta. Em seu livro "O Mestre Ignorante", Jacques Ranciére, afirma: "pode-se ensinar aquilo que se ignora. (...) é preciso aprender qualquer coisa e a isso relacionar todo o resto..." A tecnologia, em especial o computador, resgata o papel real da educação que é fazer pensar sobre coisas que estão no mundo. Devemos ter em mente que hoje o saber se estrutura de forma diferente e é preciso estar aberto para o novo. Não se trata, então, de maldizer o computador, porque rouba a infância das crianças ou aliena os jovens. Trata-se de acolher e legitimar essa prática, fazendo bom uso do que ela oferece. Sem padecer no paraíso virtual.
Autora :Lucíola Agostini .Psicopedagoga clínica, pedagoga e dinamizadora de oficinas nas áreas de educação, teatro e vídeo do Apprendere Espaço Psicopedagógico.
Fonte:http://www.bolsademulher.com/bebe/1-a-3-anos/materia/tecnologia
Fonte:http://www.bolsademulher.com/bebe/1-a-3-anos/materia/tecnologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário